Na grande indústria dos vídeo games existem diversas figuras importantíssimas, mas que não são muito de mostra a cara para o público, uma delas é Takashi Nishiyama. Ele é, sem duvidas, uma das pessoas que mais contribuiu para os jogos
de luta. Nishiyama tem em seu currículo títulos como Street Fighter, Fatal Fury, King of
Fighters.
O início de sua carreira
Nishiyama não tinha pretensão de trabalhar com jogos
eletrônicos, ele almejava ser um jornalista, mas tudo mudou quando Nishiyama
conseguiu um emprego de meio período na Irem Coporation (Atual Irem Software
Egineering). Uma empresa fundada por Kenso Tsujimoto, que anos depois fundou a
Capcom. Um certo dia, Nishiyama entregou um documento conceitual de
um jogo para seu supervisor. Ele adorou e elogiou muito o seu trabalho, e
ainda o aconselhou a se dedicar a criação de jogos. Seguindo o conselho de seu
supervisor, Nishiyama se dedicou a aprender mais sobre esse mercado que ainda estava engatinhando.
O seu primeiro trabalho foi Uniwar S lançado em 1980, criado
na mesma placa de arcade do clássico Galaxian da Nanco. Uniwar S acabou não
fazendo tanto sucesso por não oferecer nenhuma novidade para o diferenciar dos inúmeros jogos de nave, que eram febre na época.
Seu próximo projeto foi Moon Patrol lançado 1982. Moon
Patrol foi um dos responsáveis por introduzir a “rolagem parallax” nos jogos. A rolagem parallax é uma técnica gráfica, onde a imagem de fundo se move de
maneira mais lenta que a imagem de primeiro plano, dando uma impressão de
profundidade. Moon Patrol obteve um grande sucesso, principalmente no ocidente, onde
foi publicado pela Willians nos arcades e ganhou diversos portes para consoles.
Em 1984, é lançado Kung-fu Master (Spartan X no Japão), um dos projetos mais influentes de Nishiyama. Kung-fu Master detêm o título de pai dos
Beat and Up e serviu como base um para um outro jogo marcante na em sua carreira. Em Kung-Fu
Master você controla Thomas em sua jornada em busca de sua amada Silvia no Templo do Diabo. O templo possui 5 andares e cada um deles é representado por
uma fase. O percurso das fases é repleto de inimigos, e cada uma delas possui
um chefe. Kung-fu Master foi um sucesso, e ganhou diverso ports, sendo o mais famoso o de NES.
Com o sucesso de Kung-Fu Master, Nishiyama foi chamado para
trabalhar na Capcom. Seus primeiros projetos la foram Section Z em 1985 e
Legendary Wings em 1986.
O nascimento de Street Fighter
Nishiyama pretendia fazer um espece de continuação
espiritual para Kung-Fu Master, mas com uma história mais densa e com foco no
combate 1 contra 1. Trabalhando junto com seu amigo Hiroshy Matsumoto, Nishiyama estava preste a criar a franquia mais icônica dos jogos de luta. Em 30 de agosto de 1987, é lançado Street
Fighter.
O primeiro capitulo da aventura de Ryu e companhia não foi bem recebido pelo publico, mas ele já trazia mecânicas inovadoras
para o gênero, como botões de ataque com três níveis de força e golpes
especiais. Os únicos personagens jogáveis são Ryu (player 1) e Ken
(player 2), toda a lista de movimento dos dois são idênticas, sendo a
aparência a única diferença entre eles. O game ainda conta com a presença de Bird, Gen, Adon, Eagle e Sagat (chefe final), que tempos depois voltaram a aparecer em outros jogos da franquia e em crossovers.
Nishiyama se inspirou no canhão de onda “hadouho” do anime “Space
Batlleship Yamato” para criar o icônico golpe “hadouken”. Segundo Nishiyama, o “tatsumaki
senpuu kyaku” e “shoryuken” são versões exageradas de golpes de Karatê.
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Já se perguntaram o porquê Ryu tem esse nome? O primeiro símbolo chinês usado para soletrar “Takashi” também pode ser pronunciado como “Ryu”.
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Um dos principais objetivos de Nishiyama com Street Fighter
era de contar uma história como as dos filmes de artes marciais da época, mas no final das contas, a história acabou não ficando lá essas coisas. Pelo baixo rendimento, a franquia acabou ficando na
geladeira até 1991. Depois de Street Fighter, Nishiyama ainda trabalhou como
produtor do primeiro Mega Man junto com Kenji Inafume.
Tempos gloriosos de SNK
Depois desentendimentos na Capcom, Nishiyama migrou para SNK, onde ajudou a criar
a placa de arcade Neo Geo MVS. Na época, cada game de arcade tinha a sua
máquina própria e isso tornava a troca de jogos mais cara, já que pra isso, o
dono do estabelecimento teria que pagar por outra máquina. A ideia de Nishiyama
era criar uma placa de arcade que funcionasse como um console, a base de
cartuchos. E com isso nasceu a inovadora placa Neo Geo MVS.
Com total liberdade na SNK, Nishiyama decidiu criar uma continuação espiritual de Street Fighter (isso antes do lançamento de Street Fighter II). Dessa vez com uma história bem mais elaborada. Então em novembro de 1991 foi lançado Fatal Fury: King of Fighters, um dos games mais populares da história da SNK e um dos protagonistas da lendária rivalidade entre Capcom e SNK.
Na época, algumas pessoas falavam que Fatal Fury era só uma
cópia de Street Fighter, mas não sabiam que as duas franquias foram criadas pela
mesma pessoa.
A franquia Fatal Fury também ganhou dois filmes animados, são eles "Fatal Fury - The Motion Picture" e "Fatal Fury 2: The New Battle". Nishiyama também trabalhou como produtor em The King of
Fighters 94, 97, 98 e 99, Metal Slug 3, SNK vs Capcom: The Match of the Millennium e em mais alguns jogos da franquia Fatal
Fury.
Um novo começo
Em março de 2000, com a SNK passando por problemas internos
e financeiros, Nishiyama decidiu se demitir e iniciou sua própria desenvolvedora, a Sekiac,
que contava também com alguns ex-funcionários da SNK. Mais tarde, a Sekiac teve 10% de suas ações compradas pela
SEGA, 13% comprado pela Sony Computer Entertainmet e 51% comprado pela Sammy
(que mais tarde se fundiu a SEGA), e assim a Sekiac trocou de nome para Dimps,
que significa “Digital Multi-Platforms” que em português significa
Multiplataformas digitais.
A Dimps tem trabalhos com Bandai Nanco, SEGA e Squar Enix.
Com isso, nascendo jogos como Sonic Advanced de Game Boy Advanced, Dragon Ball
Z Budokai, Xenoverse e diversos outros.
Um certo dia, Kenji Inafume deu a ideia de criar um novo
Street Fighter, mesmo em um momento onde os jogos de luta 2D não tinham mais
tanta relevância. Os executivos da Capcom acreditavam que não tinham como montar
uma boa equipe interna para desenvolver um projeto desse tipo, então Inafume recomendou
que o game fosse desenvolvido pela Dimps. A Capcom abraçou a ideia, e em junho de 2008 foi lançado nos
arcades japoneses Street Fighter IV. Depois de 9 anos, a franquia retornou,
dessa vez com o seu criador como produto executivo.
Street Fighter IV foi um sucesso, ele foi responsável por
resgatar o prestigio dos jogos de luta 2D mostrando que o gênero ainda tem
muita lenha pra queimar. Pouco tempo depois, o novo capitulo de Ryu e companhia
ganhou versões para PS3, Xbox 360 e PC, sem contar as diversas atualizações. O sucesso de Street Fighter IV serviu como incentivo para
que a franquia Mortal Kombat voltasse as suas origens, ressuscitando a clássica
rivalidade entre as duas franquias. A Dimps ainda trabalhou em Street Fighter x Tekken, Street
Fighter V e Soul Calibur 6, dessa vez sem a participação de Nishiyama
Sem quere aparecer, Nishiyama fez muito pela indústria dos jogos, em especial a dos jogos de luta, estando envolvido na criação de seus principais alicerces e também por traze-los de volta aos holofotes após um período onde os jogos do gênero já não tinha mais peso.
Esse é o primeiro de muitos artigos que nós iremos fazer sobre pessoais importantes da indústria dos games, mas se você ainda quer mais conteúdo sobre games, então aproveita e confira nossos outros trabalhos.
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